
Com a chegada da Reforma Tributária, é natural que muitos empresários estejam se perguntando: “O Simples Nacional vai mudar?”
Afinal, o novo modelo de tributação — que substituirá diversos impostos atuais por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) — promete transformar de forma significativa a estrutura fiscal do país.
Mas e para quem faz parte do regime tributário Simples Nacional, o que muda na prática?
Neste artigo, iremos explicar o que está previsto até agora, o que pode ser ajustado ao longo da transição e como as empresas devem se preparar para manter a saúde financeira e tributária em dia.
Criado para facilitar o pagamento de tributos de micro e pequenas empresas, o Simples Nacional unifica diferentes impostos federais, estaduais e municipais em uma única guia: o DAS.
Além da simplificação, o regime também reduz a carga tributária em muitos casos e diminui a burocracia na apuração dos impostos.
Hoje, mais de 80% das empresas brasileiras estão enquadradas no Simples Nacional — o que significa que qualquer mudança na legislação tem um impacto direto sobre milhões de empreendedores e sobre a própria dinâmica econômica do país.
A boa notícia é que o Simples Nacional continuará existindo. O texto aprovado da Reforma Tributária manteve o regime, reconhecendo sua relevância para os pequenos negócios e seu papel na formalização empresarial.
No entanto, o regime deverá passar por ajustes pontuais para se adaptar ao novo sistema de impostos — especialmente com a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituirão tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS.
O principal desafio será definir como as empresas do Simples se relacionarão com esses novos tributos e como isso afetará sua competitividade diante de empresas enquadradas em outros regimes.
Atualmente, as empresas do Simples não geram créditos de PIS, Cofins, ICMS ou ISS para seus clientes — o que já representa uma desvantagem nas negociações com empresas do Lucro Real ou Presumido. Com a Reforma, esse cenário tende a se intensificar.
Apesar de haver uma previsão de que o Simples recolherá uma pequena fração de IBS/CBS dentro da guia unificada, esse percentual não será suficiente para gerar crédito integral para os clientes do regime geral.
Na prática, isso pode reduzir a competitividade das empresas do Simples em operações B2B (entre empresas), já que o comprador deixará de aproveitar o crédito total na cadeia.
Diante desse novo cenário, o planejamento tributário se torna essencial. Empresas que vendem majoritariamente para outras pessoas jurídicas precisarão avaliar se permanecer no Simples continuará sendo vantajoso — ou se será mais estratégico migrar para o regime geral, repassando crédito integral e mantendo competitividade de preços.
Uma das propostas que vêm sendo estudadas é a criação de um regime híbrido.
Nessa configuração, a empresa poderia continuar recolhendo tributos como IRPJ, CSLL e INSS dentro do Simples Nacional, mas calcular e recolher IBS/CBS como se fosse do regime geral.
Essa opção permitiria que os clientes dessas empresas mantivessem o direito ao crédito integral sobre o IBS/CBS, evitando distorções nas cadeias produtivas e preservando a competitividade dos pequenos negócios.
Embora ainda dependa de regulamentação específica, essa possibilidade pode representar um meio-termo interessante para micro e pequenas empresas que estão em transição para mercados mais complexos.
Independentemente das definições finais, o momento é de analisar cenários e planejar com antecedência.
Empresas do Simples precisarão entender o perfil de seus clientes, a estrutura de custos e o impacto tributário das novas regras para tomar decisões assertivas sobre o futuro.
Um diagnóstico tributário completo pode revelar oportunidades de ajuste e simulações que indiquem o melhor caminho para cada negócio — seja permanecer no Simples, migrar para outro regime ou adotar um modelo híbrido assim que possível.
Na Taille Consultoria Financeira e Tributária, acompanhamos de perto cada etapa da Reforma Tributária e seus reflexos sobre os diferentes regimes fiscais.
Nossa equipe ajuda empresas a:
O Simples Nacional vai continuar, mas o cenário tributário brasileiro está mudando.
Empresas que se anteciparem às transformações sairão na frente — com decisões mais estratégicas, competitividade preservada e tributos sob controle.
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